Análise a HEARTSTOPPER (Season 2) – NETFLIX

★★★★ — Mesmo com algumas alterações, esta série continua a ser uma das mais bem adaptadas para cinema.

Sobre a série:
Mini série trazida pela NETFLIX, uma produção SEE-SAW FILMS, composta por 8 episódios com cerca de 35min cada, sendo estes uma adaptação dos comics de Alice Oseman, do género Romance e Drama, indicado para os adolescentes acima dos 13 anos.
O tema desta temporada é o processo de “sair do armário” e como saber lidar com os olhares da sociedade, amigos e família; temos nesta temporada um foco maior nas consequências e dificuldades a nível psicológico que são trazidas por este tipo de mudanças. É uma série se foca na comunidade LGBTQ+ e que nos traz de tudo um pouco.

Narrativa:
Assim como na temporada anterior, a nível de narrativa temos um ritmo acelerado; há sempre algo a acontecer, no entanto não sentimos que estamos a ir rápido demais.
Sendo uma adaptação para televisão, esperamos que o que acontece nos comics seja o mais fidedigno possível…algo que acontece, tirando alguns detalhes, que para quem leu os comics, será fácil de identificar, mas que não irá afetar o desenrolar da estória principal. Enquanto nos comics a estória é mais focada em Nick e Charlie, na série temos um desenvolvimento maior das personagens secundárias, nesta temporada mostram-nos um pouco o porquê de cada personagem ser como é…o que torna a série mais complexa e com vários pontos de vista no que toca á comunidade LGBTQ+. Isto acaba por ser um ponto muito positivo que reflete a realidade e que faz com que esta estória seja ainda mais abrangente.
Ao contrário da temporada anterior, esta temporada tem algumas reações um pouco forçadas, por exemplos risos e danças…que podem deixar o espectador um pouco desconectado da cena que está a ver.

Música e Som:
Em termos de música temos um reportório mais virado para o pop e indie, algo que funciona extremamente bem, no entanto alguns momentos musicais estão demasiado evidentes e quase “afogam” todos os outros sons…algo que já acontecia na temporada anterior.
Há algumas falhas a nível de mistura de som, mas nada de muito grave…para alguns até pode passar despercebido.
A banda sonora é novamente trazida por Adiescar Chase; temos um tipo de música minimalista e progressiva…o ritmo da música, assim como aconteceu na primeira temporada, assemelha-se ao ritmo do batimento cardíaco.

Imagem:
A junção de elementos dos comics em overlay deu um toque especial a esta série, seja tanto a nível de pequenos desenhos como a nível de pequenos efeitos de luz e cor…no entanto nesta temporada, estes efeitos acabam por ser um pouco forçados por vezes.
A nível de imagem temos um cuidado em manter tudo o mais perfeito possível…algo que poderia não funcionar em muitas séries e filmes, no entanto nesta série funciona perfeitamente, talvez devido ao facto de em comics termos um aspeto mais “clean”.

Personagens:
O elenco foi excecionalmente bem escolhido, assim como na temporada anterior.
De salientar a interpretação de Kit Connor (Nick Nelson), Joe Locke (Charlie Spring), Yasmin Finney (Elle Argent), William Gao (Tao Xu), Sebastian Croft (Ben Hope), Jenny Walser (Tori Spring), Rhea Norwood (Imogen Heaney) e Tobie Donovan (Isaac Henderson).
Nesta temporada iremos ficar a conhecer melhor as nossas personagens e as suas famílias, assim como, as personagens que não foram tão exploradas na temporada anterior, como é o exemplo de Tori, Ben, Imogen e Isaac.
Não iremos entrar em detalhe sobre as personalidades de cada personagem porque isso iria levar a spoilers e é algo que estamos a tentar evitar para quem ainda não viu a série ou leu os comics.

Opinião final:
É uma série que faz sonhar, que nos dá uma vibe de “tudo é possível”…no entanto nesta temporada temos um pouco o "nem tudo é um mar de rosas”.
Teremos muito provavelmente uma terceira temporada porque esta série foi muito bem recebida pelos espectadores…e porque ainda temos mais volumes que podem ser adaptados para série televisiva.
Para quem pertence ou se identifica com a comunidade LGBTQ+ esta série é quase obrigatória.